Como e por que os peixes de mesma espécie se encontram no vasto oceano?
Os oceanos cobrem 80% da supefície terrestre. Se considerarmos as profundidades e imensas cadeias de acidentes submersos, a vastidão dos oceanos é muito maior que a amplitude da superfície terestre.
Muitas espécies de peixes formam grupos de milhares de indivíduos que periodicamente se subdividem em grupos menores, se dispersando mas voltando a se encontrar. Mas como esses animais se encontram no oceano após se dispersarem? Por que se reencontram? A Hipótese do Ponto de Encontro (Meeting Point Hypothesis - MPH), elaborada por Dagorn & Fréon em 1999, afirma que estruturas de agregação de peixes (fish aggregation devices - FADs) são pontos de referência que servem para os peixes se orientarem e se reunirem periodicamente; pode ser diariamente ou mais de uma vez por dia. Um FAD pode ser uma bóia de marcação marítima, um pedaço de barco naufragado, um mastro cravado em recifes submersos, etc. Os pescadores sabem bem dessa característica comportamental de peixes, de forma que montam FADs na costa ou simplesmente sabem de locais onde haverá abundância de peixes em determinados períodos.
Utilizando de radiotransmissores e receptores, implantados em 40 espécimens de peixes pelágicos (Selar crumenophthalmus, foto acima), que formam cardumes, nas Ilhas Reunião, Soria e colaboradores (2009) comprovaram pela primeira vez em ambiente natural que a hipótese (MPH) pode estar correta. Embora os autores não determinaram exatamente porque os peixes retornam e dispersam diariamente de um ponto de reunião, sugere-se que a agregação diminui a chance de ser predado e traz vantagens alimentares.
Quer saber mais: veja no portal da CAPES: Soria et al. First field-based experiment supporting the meeting point hypothesis for schooling in pelagic fish. Animal Behaviour, 2009.
Postado por Vanner
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