O conceito de “Babyschema” postulado por Konrad Lorenz possui um substrato neural revelado por um estudo recente com neuroimagem


O conceito de babyschema (kindchenschema) tem sido provado do ponto de vista comportamental. Postula o eminente etologista de que características de olhos grandes, face arredondada, boca e nariz pequeno, bochechas redondas e outras características ativam comportamento de cuidado com crianças e outros filhotes em idade bem jovem. Essa propensão de cuidar de crianças ou animais com feições infantis tem uma função adaptativa do ponto de vista evolutivo. Diz-se que essa sensibilidade para faces infantis predisporia adultos mesmo que não aparentados a cuidar de crianças de um clã, de um grupo, de uma tribo. A sensibilidade estimulada por tais aspectos infantis seria a base para que determinados produtos (por exemplo, bonecos, desenhos animados, etc) sejam apreciados, desejados e comprados.

Com manipulação de imagens computadorizadas de bebês, um grupo de pesquisadores norte-americanos e alemães, identificou em mulheres que nunca haviam tido filhos, áreas cerebrais que poderiam estar mais ativadas quando eram expostas á crianças com leves mas significativas alterações da imagem, mais rechonchudo e gracioso. Quando expostos a imagens de bebês mais rechonchudos e graciosos (manipulando o tamanho e a proporção da face), os pesquisadores observaram que quatro áreas cerebrais são substancialmente mais ativadas do que outras. Essas quatro áreas (veja quais são lendo o artigo) também se relacionam ao comportamento cooperativo, altruístico e de bondade. Especialmente importante é a ativação de uma área relacionada à gratificação, ao prazer em fazer.

O babyschema , um conceito elaborado há 50 anos, encontra finalmente uma explicação neural clara, comprovando as teses de K. Lorenz .


Glocker et al. (2009) Baby schema modulates the brain reward system

in nulliparous women. PNAS. On line

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