A reatividade emocional e o estresse pré-abate podem alterar a qualidade da carne em borregos


Há um consenso tácito entre os defensores de um tratamento mais humanizado em animais durante a criação e antes do abate. As evidencias são poucas havendo um esforço de alguns etologistas e de técnicos na área de alimentação (químicos, engenheiros de alimentos, nutricionistas, etc) para verificar se realmente as condições dos animais antes do abate são determinantes para a qualidade da carne.

Franceses que tem a ovinocultura como uma de suas atividades econômicas pecuárias mais importantes, vem investigando as relações entre bem-estar animal, abate mais humano e qualidade da carne. O estudo conduzido por Deiss e colaboradores, publicado on line na semana passada, divulgou que borregos que possuíam maior reatividade emocional antes do abate (medido principalmente pela frequência dos balidos e atração por outros animais no rebanho), apresentaram maior cortisolemia; a carne desses mesmos cordeiros resfriaram mais lentamente e baixaram o pH (a acidez) mais rapidamente após o abate do que os animais menos estressados. Essa lentidão na perda de calor associada à rapidez na queda do pH, é reconhecida como fatores que deterioram a carne mais rapidamente, com acentuada perda na qualidade do produto.

O abate em si pode não er sido um faotr que estressou os animais. Baseados nos testes de reatividade emocional conduzidos com os borregos, os autores sugerem que o ambiente novo da sala de pré abate e a separação (e mistura) social de vários animais podem ter sidos os fatores que desencadearam essas reações de estresse e a alterações na carne.

O estudo pode ser acessado pela CAPES ou por nosso empréstimo: Deiss et al. (2009) Can emotional reactivity predict stress responses at slaughter in sheep? Applied Animal Behaviour Science, on line.

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